- Cadê os povo?
- Os povo foi pescar, Daniel. Você já sabe disso.
- E eu?
- Você ficou.
- Isso eu sei, né, Bruna, mas e eu?
- Uai, você ficou, Dani. Ficou comigo e com a mamãe.
- Nãããããããããããão, Bruna, não é isso... E eu?
- Uai, Dani, não estou entendendo. O que você quer saber?
- Quero saber de mim, Bruna, você não ouviu?
- Ouvi, Dani, mas não entendi o que você quer que eu responda.
- Ai ai, Bruna... Os povo foi pescar, né?
- Né.
- E eu?
- E você ficou?
- Isso... Fiquei.
- Tá, e aí?
- O que Bruna?
- O que tem você ter ficado?
- Fiquei e não fui pescar, né?
- Isso.
- Então não tenho culpa disso.
- Não tem culpa disso... Disso o que, menino?
- De quando o meu pai voltar ficar bravo.
- Bravo por que?
- Porque nada...
- Como assim nada? O que o senhor fez?
- Nada de mais, Bruna.
- Tá. Nada de mais... Mas o que foi?
- Os povo foi pescar, eu fiquei e a mamãe está na Mimos.
- Isso mesmo.
- Então não tenho culpa.
- Culpa de que?
- Não tenho culpa, Bruna...
- Tudo bem, não tem culpa de que?
- De nada, porque eu não tenho...
- Tá bom, entendi. Qual culpa não é sua, Dani?
- A culpa de tirar a roupa suja desse balde aqui, ó, e encher ele com todas as besteirinhas que eu roubei da geladeira e da despensa quando você estava tomando banho. Só falta eu achar o pote de dinheiros para a verdura que a Ana escondeu e a gente compra suco de latinha e come vendo a Morena!
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